22 novembro 2005

Flor da Ervilha


Não poderia deixar de compartilhar algo tão lindo que conheci em Lebon Régis, num assentamento de Sem-Terras: a flor da ervilha.

19 agosto 2005

Ah, se aquelas paredes falassem!


O céu escureceu e lágrimas rolaram pelos rostos de manezinhos, que lamentaram o incêncio ocorrido no Mercado Público de Florianópolis nessa manhã de 19 de agosto de 2005. As nuvens escuras cobriram o céu no Centro da cidade, transformando a manhã em final de tarde. Mas, não foram só os nativos que tiveram motivos para lamentar essa tragédia. O Mercado, além patrimônio histórico e cultural da Ilha de Santa Catarina, ponto comercial e cartão postal, era também um dos mais conhecidos pontos de encontro da cidade.
Era lá aonde se reuniam jornalistas, políticos, professores, escritores, historiadores e contadores de história, sambistas, cidadãos comuns e até autoridades, entre tantos outros profissionais e até mesmo vagabundos.
O Mercado foi palco de manifestações públicas de quase todas as espécies: eleitorais, reivindicatórias, festivas, entre outras. Mas não foram só as manifestações públicas que o Mercado testemunhou. Ah, se aquelas paredes falassem! Poderíamos até pensar que alguém teve intenção de incendiá-las para calar um segredo que jamais deveria ser revelado. Quantas declarações, quantas revelações, quantos encontros e desencontros.
Hoje, só restam tristeza, fuligem, resquícios de um incêncio que quase destruiu o Mercado Público, construído em 1898, à beira do mar, para receber o comércio marítimo, já que não existia outro tipo de ligação entre a Ilha e o Continente - a Ponte Hercílio Luz só foi inaugurada em 1926.
Também resta uma reflexão: até que ponto temos a segurança de que o Corpo de Bombeiros tem estrutura para apagar um grande incêndio, com aquelas mangueiras jorrando fios de água? Esses homens realmente têm estrutura para trabalhar, além da sua força de vontade, sua solidariedade e sua abnegação, pois correm grandes riscos para salvar vidas e patrimônios?

18 agosto 2005

Duas visões sobre o mangue da Costeira


Depois do aterro, da construção da SC Sul - um mal necessário, já que não havia outra solução para o Sul da Ilha -, o cenário da Costeira do Pirajubaé mudou bastante. Se não podemos mais lamentar a destruição da natureza causada pelo aterro, podemos, pelo menos, nos beneficiar com a beleza que a natureza acabou nos presenteando.
Quem tem o privilégio de passar por lá todos, ou quase todos os dias, faça sol, chuva ou neblina, pode ver a performance da natureza, num espetáculo diário de beleza.
O aterro formou um mangue, que trouxe vários "habitantes" novos, tornando o local ainda mais bonito. Os moradores mais conhecidos são as aves, que, infezlimente, dividem o espaço com o lixo. Sim, o lixo que é jogado no mangue.
Quanto tempo de vida terão esses novos moradores? E o próprio mangue? E o que será de nós, animais (ir)racionais, se continuarmos fazendo essas atrocidades?
São duas visões bastante diferentes da natureza da Costeira do Pirajubaé. O bem e o mal lado-a-lado, disputando espaço. E a decisão de quem será o vencedor, cabe a nós.
Não são apenas os aterros que estão destruindo a Ilha. O lixo jogado nos mangues, nos rios e nos mares também causam grandes prejuízos.

13 agosto 2005

Uma declaração de amor


Quantas vezes viajamos em busca de paisagens bonitas que conhecemos através de postais?
Quantas vezes ficamos extasiados diante da beleza do mundo mostrada nos meios de comunicação?

Com certeza, muitas vezes.
E como a paisagem que vimos todos os dias já se tornou lugar-comum não percebemos como é tão ou até mais bela que os postais que tanto admiramos.
Olhando, à primeira vista, a foto acima nos parece um postal europeu. Uma cena bucólica de um inverno numa cidadezinha européia.
Mas não é. É a foto de um lugar tão comum e tão próximo, que muitos de nós passamos todos os dias e nem percebemos como é lindo. E, por não percebê-lo, deixamos de parar alguns minutos para aproveitar esse pedacinho de natureza no Centro da Ilha de Santa Catarina.
[Esta foto foi tirada no dia 07/08/2005, no final de tarde, por mim]